Uma receita de Falafel
Quinto dia
Uma receita simples – mas com muito sabor – do bolinho frito que pode ter como base o grão de bico, a fava ou a mistura dos dois.

A origem do Falafel, assim como a de muitos outros pratos, é marcada por grandes controvérsias e diferentes versões que a reivindicam.
Especula-se que ele teria se originado à partir de uma adaptação de receitas indianas de croquetes de vegetais que fora solicitada por militares britânicos à seus cozinheiros egípcios no final do século XIX, no período de ocupação britânica do Egito. Há relatos que, no entanto, vinculam o bolinho à necessidade de criação de uma refeição sem carne para ser consumida durante a quaresma pelos antigos coptas egípcios, cristãos seguidores da Igreja Ortodoxa. A receita teria, assim, sido disseminada pelo Mediterrâneo através do porto de Alexandria ou pela Península do Sinai. Sua etimologia derivaria da expressão copta 'Φα Λα Φελ' (pha la phel), que supostamente se traduziria 'de muitos grãos'.

A questão é muito controvertida na Península Arábica, principalmente na região do Levante. Em Israel, a receita é celebrada como um ícone gastronômico de identidade nacional, o que é visto pelo Estado Palestino como uma forma de apropriação simbólica de uma receita de origem árabe. Nesse sentido, Líbano, Síria e o Yemen também são outras nações a disputar sua invenção. Atribui-se, logo, uma derivação do palavra árabe 'فلفل' (filfil) que significa 'pimenta' e que poderia ser derivada do aramaico 'pilpāl', traduzido como 'pequena coisa redonda', 'grão de pimenta'. Há ainda a possibilidade de uma derivação do persa 'پلپل' (pilpil) proveniente da palavra sânscrita 'पिप्पली' (pippalī) ou 'pimenta longa'.

A história do bolinho se mistura, assim, à questões geopolíticas e às disputas de narrativas locais. Hoje, a receita desse bolinho frito tem várias versões e combinações e é popularmente difundida em todo mundo, sendo um alimento muito presente na gastronomia popular urbana. O único consenso parece ser o seu delicioso sabor e sua força de compartilhamento de uma experiência gastronômica.

A Receita de Falafel de minha mãe


INGREDIENTES

* 250 g de grão-de-bico seco
* meia cebola roxa (pode ser a amarela ou branca mesmo)
* muitas folhas de salsinha, cebolinha e cabeças de brócolis (para dar a liga)
* 1 dente de alho
* cominho em pó a gosto
* sal a gosto
* pimenta-do-reino moída a gosto


MODO DE PREPARO

– Numa tigela , adicione os grãos-de-bico, cubra com bastante água e deixe de molho de 12 à 24 horas.
– Passe os grãos-de-bico por uma peneira e deixe escorrer a água. Abra um pano de prato sobre a bancada e seque muito bem.

– Pique a cebola, o alho, a salsinha e a cebolinha.
– Em um processador, coloque adicione alho, a cebola, a salsinha, cebolinha e o brócolis. Agora triturar bem.
– Junte o grão de bico reservado à mistura. Adicione o sal e as demais especiarias e bata até formar uma massa bem triturada.

Agora é só modelar os bolinhos como preferir e fritá-los por imersão em uma panela com óleo ou azeite de oliva, até que fiquem bem dourados.
Molho de alho

Em um mixer, adicione: três dentes de alho (pode ser quantos preferir), folhas de hortelã, suco de meio limão, iogurte natural ou creme de leite fresco. Pimenta do reino e sal a gosto. Costumo adicionar algumas folhas de manjericão também. Finalize com azeite de oliva. Processe bem.

Um ótimo e simples molho de acompanhamento para o Falafel.